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Os textos não serão colocados em ordem cronológica dos acontecimentos.Serão postados a medida em que formos encontrando ou criando. Gostaríamos de sua colaboração incluindo sugestões, críticas e textos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Madeiras petrificadas

A petrificação dessas árvores data do período triásico da era mesozóica, há 180 a 225 milhões de anos.

Esta fase foi subdividida regionalmente em outras três, conhecidas como formações, e que são as seguintes, de baixo para cima: formação rosário ou sanga do cabral; formação santa maria, de ambiente lagunar, com constituição argilosa; e formação caturrita, a mais superficial, de ambiente fluvial, onde predomina o arenito.

As madeiras petrificadas são encontradas na formação caturrita, numa cota entre 140 a 200 metros acima do nível do mar.

Para encontrá-las, no entanto, não é preciso abrir buracos, ou fazer grande esforço para localizar um ou outro exemplar. A erosão superficial ocorrida acabou resultando em afloramentos numa vasta região, deixando expostas árvores enormes em meio a pastagens, matos, à beira de estradas e até em quintais das casas de Mata e São Pedro do Sul.

Em muitos lugares, não é possível nem mesmo plantar-se uma horta, pois o amontoado de inúmeras árvores petrificadas acaba formando uma base quase intransponível, fazendo também com que os proprietários, nas áreas rurais, tenham que contentar-se com a possibilidade de explorar a pecuária em campos nativos, sem a possibilidade de fazer plantações de produtos agrícolas.

Acredita-se que os locais onde atualmente estão depositadas as árvores petrificadas eram, remotamente, leitos de rios e planíveis inundáveis, para onde os troncos foram arrastados, depositando-se no sentido leste-oeste.

A área potencial de afloramentos superficiais é muito grande, supondo-se que alcance ao redor de 305 quilômetros quadrados, estendendo-se da divisa do município de Mata com Jaguari, até o município de Candelária, numa linha reta de leste a oeste com 125 quilômetros de extensão.

Anteriormente as informações eram de que as madeiras petrificadas pertenciam somente à família das coníferas, à qual também pertencem o nosso pinheiro araucária e o pinus, embora os exemplares antigos não sejam deste gênero.

Atualmente, no entanto, já se detectaram outras famílias: gingoáceas, cicadáceas e pteridospermas, entre outras.

Algumas curiosidades: os únicos exemplares de árvores da família das pteridospermas que se encontram no mundo, além de Mata e São Pedro do Sul (onde estão na forma de pedra) somente são encontrados na Austrália, África do Sul e Antártida, reforçando a teoria das ligações gondwânicas; já as gingoáceas, encontradas em grande quantidade petrificadas, têm seus últimos exemplares na natureza vistos unicamente na China, praticamente sem evolução em relação às que atravessaram milhões de anos e ficaram preservadas no Rio Grande do Sul. Por isso estas árvores são chamadas de "fósseis vivos", de muita importância para a ciência.

Os troncos petrificados encontrados exibem, muitas vezes, exuberantes anéis de crescimento, que se formam com as mudanças de estações climáticas, servindo para demonstrar um dado surpreendente: que, há duzentos milhões de anos, as estações já estavam definidas.

Com esse material, mesmo petrificado, pode-se então estudar, por exemplo, os verões e invernos do passado remoto; a temperatura, os acidentes climáticos e, enfim, como era a vida na Terra, algo ainda muito pouco estudado no país.
http://www.riogrande.com.br/turismo/mata_fosseisvivos.htm

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Divulgação do Museu de mata

Em l986, aproximadamente, fui convidada para ser diretora do museu de Mata. O que significava trabalhar de diretora em um museu?Bem, eu não entendia de museologia e muito menos do acervo ali existente. Cara feia? Que nada, sempre encarei novos desafios, novas propostas. Isso significava buscar novos conhecimentos, assimilar novas idéias,ter novos colegas e estudar mais.Aceitei , pois via em Mata um potencial enorme para o turismo.

O Museu tinha um número bem significativo de peças fósseis, algumas numeradas e não catalogadas.Na época trabalhavam esporadicamente no local, Pe Daniel Cargnin e seu ajudante Claudio Bortoláz. Claudio juntamente com Pe Daniel também faziam pesquisas de campo e ornamentavam a cidade com fósseis vegetais. Cláudio, que já entendia do acervo, passou então a ser funcionário da prefeitura e trabalhar exclusivamente no Museu. Formamos um trio de trabalhadores incansáveis sem distinção de tarefas, planejando e executando bem como criando novos objetivos. Queríamos ver o Museu montado e recebendo visitantes. Para ficar com uma melhor apresentação e colocar as peças em destaque, criamos vitrines feitas de mesas escolares em desuso. Lixamos as mesas, pintamos e tiramos os tampo s de madeira e colocamos vidro. Assim fomos arrecadando e restaurando mesas nas diversas escolas existentes no município, pois não havia verbas para a compra de móveis. Catalogamos o acervo e aos poucos fomos dando vida ao museu.Os visitantes não eram muitos. Era preciso divulgar.Um folheto para divulgar? Sim seria ótimo, só que não havia nada escrito sobre o museu e sobre os pontos, que poderiam se tornar turísticos, nessa cidade.Mão à obra: papel rascunho...caneta, borracha e muita vontade.Nada de computadores ou máquina de escrever.Era mesmo com a ponta do lápis.Passei uma semana fazendo e refazendo pequenos textos para o dito folheto.E as fotos? Também não tínhamos. E um mapa? Também tínhamos que fazer. E foi Feito!Na época não tínhamos Secretaria de turismo, então era direto com o prefeito. Ele dava o aval ou não. Há, tinha a Secretaria de Educação, mas eles tinham tanto trabalho...era tudo muito difícil.Coragem! Lá fui eu falar com o Sr prefeito- Valdi Bolsan Bataglin – aqui temos um rascunho do que poderá ser feito para divulgar o que estamos construindo. APROVADO ! Só um probleminha: ão tem verba para isso. Não tem problema. Depois de feito o orçamento ele colocou a mão no bolso e disse: podem fazer, eu pago. Isso que é amor a Mata! Doação...desprendimento.

terça-feira, 10 de maio de 2011